"Fim calamitoso do reinado...": oposição incomodada com a nomeação de Sébastien Lecornu

Segundo Manuel Bompard, a nomeação de Sébastien Lecornu como primeiro-ministro equivale a uma "negação da democracia". "Ele ainda decidiu ignorar os resultados e continuar a impor suas políticas. A Assembleia Nacional já censurou seus governos duas vezes, e ele continua na mesma direção. Portanto, considero que há algo obviamente totalmente inaceitável, totalmente desdenhoso nisso", criticou ele à RMC -BFMTV nesta quarta-feira.
A França Insubmissa apresentará uma moção espontânea de censura contra o governo do novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, "no primeiro dia da sessão parlamentar na Assembleia Nacional", alertou o coordenador da LFI.
Na noite de terça-feira, a presidente dos deputados de Inousmis, Mathilde Panot, pediu a saída do chefe de Estado: "A única solução continua sendo a saída de Macron, e o movimento de 1º de setembro deve assumir uma dimensão completamente diferente para que o povo responda a esse novo desprezo pela soberania popular."
Os Verdes estão igualmente furiosos. A secretária nacional do partido, Marine Tondelier, acredita que o macronismo está se fechando sobre si mesmo. "Essa provocação vai continuar. Saberemos que Retailleau continua como Ministro do Interior, Lombard continua como Ministro da Economia e Darmanin continua como Ministro da Justiça."
"Sem justiça social, fiscal e ecológica, sem medidas de poder de compra, as mesmas causas produzirão os mesmos efeitos", alertou o Partido Socialista. "Peço ao novo Primeiro-Ministro que abandone o Artigo 49-3, como propusemos, e estabeleça um novo método. Devemos romper com a política seguida nos últimos 8 anos: se nada mudar, as mesmas causas produzirão os mesmos efeitos e nós censuraremos", disse o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure , ao Francinfo na manhã desta quarta-feira.
"Não se mexe em time perdedor", resmunga o presidente da RN, Jordan Bardella. O deputado Laurent Jacobelli também expressa seu ceticismo. "Temos um Macron duplo: no Eliseu e em Matignon, num momento em que os franceses não querem mais as políticas do chefe de Estado. Começou mal: o fim de seu reinado é calamitoso. Sem censura a priori, mas se ele seguir as mesmas políticas, terá o mesmo destino", alerta ele no RMC.
Segundo nossas informações, a União Nacional (RN) deverá participar das próximas consultas planejadas por Sébastien Lecornu. "O presidente (Macron) está dando o último tiro no macronismo", reagiu Marine Le Pen na noite de terça-feira.

Embora tenha sido destacado pela imprensa para um jantar com o líder do RN, pessoas próximas ao novo primeiro-ministro negam qualquer conluio com o partido da chama, destacando que em Eure, seu departamento, quatro em cada cinco deputados "passaram para o RN".
"Julgaremos — sem ilusões — o novo primeiro-ministro com base nos fatos, nas suas ações, nas suas orientações para dar um orçamento à França, e isso à luz das nossas linhas vermelhas", afirmou por sua vez em X o presidente do RN, dizendo que seu partido "está à sua disposição para lembrá-lo delas".
RMC